terça-feira, 14 de agosto de 2012

RELATÓRIO SEMINÁRIO 07.08.2012


“CONTROLE EXTERNO, PGASS E PPI”
HOTEL BARRAMARES
07 DE AGOSTO DE 2012
RELATÓRIO
Em 07.08.12, no auditório do Hotel Barramares, em Jaboatão dos Guararapes, com a presença de 84 participantes de várias regiões do estado, aconteceu o Seminário Interno do COSEMS, com os temas: “Controle Externo, PPI e PGASS”.

Manhã
1.     Mestrado em Economia da Saúde
Sob coordenação do Vice-presidente do COSEMS, Saulo Bezerra, a professora Tatiane Almeida de Menezes explanou sobre o Mestrado Profissional Stricto Sensu em Economia da Saúde, Organizado pela UFPE (Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA e Centro de Ciências Biológicas - CCB ), coordenado por ela e pela professora Suely Lins Galdino. O Mestrado direcionado para o aprimoramento da gestão, a partir da criação do GIEPES. As inscrições vão até 15.08.12 nos contatos abaixo:
Telefone: (81) 2126-8310

2.       Apresentação do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco
Ainda pela manhã, apresentou-se o senhor João Antônio Robalinho Ferraz, da Gerência de Avaliação de Programas e  Órgãos/TCE, com a apresentação “Avaliação das ações públicas por meio de indicadores de saúde”.  A representante da Controladoria Geral da União – CGU – não pode estar presente, discutindo as principais fragilidades das gestões municipais, identificadas em auditorias, em função da paralização do órgão.
Segundo João Robalinho, o TCE vem tentando se orientar também por indicadores. O objetivo é avaliar a gestão, não apenas a legalidade, mas também a eficiência e efetividade da gestão, incentivando os municípios a valorizarem a análise de indicadores na avaliação e planejamento de suas ações.
Desta forma, o projeto ADS – Análise de Desempenho da Saúde - a partir de estudo formulado em um mestrado, está  desenvolvendo um software que faz análise de indicadores chaves da saúde, comparando com os padrões relatados na literatura. Além disso, o programa permite análises estatísticas.
Uma destas análises estatísticas é a análise de regressão múltipla, em que um conjunto de indicadores permite, após a regressão, indicar se o comportamento de determinado indicador está dentro do esperado. Os municípios que apresentam comportamento diferente do esperado, e além dos limites toleráveis, são indicados para a realização de auditorias e avaliações mais detalhadas ou específicas. Como uma avaliação que envolveu uma denúncia do Comitê Estadual de estudo da Mortalidade Materna, a partir do que, foi feita uma fiscalização em 7 municípios com maiores taxas de mortalidade. Analisou-se o pré-natal de baixo e alto risco,  usando os protocolos ministeriais para pré-natal e os prontuários.
Essa análise de indicadores começou a ser feita este ano, e ainda está sendo estruturada, contudo, assim que estiver com o software organizado, o Tribunal de Contas de Pernambuco vai colocar o sistema de avaliação de indicadores na internet, para que o cidadão e o gestor possam acompanhar a análise de desempenho do município.
A partir da apresentação do Sr. João Robalinho e do debate com os secretários presentes, surgiu a possibilidade de novos diálogos com o COSEMS, para que haja colaboração no desenvolvimento da ADS – Análise de Desempenho da Saúde, tanto com a discussão dos indicadores mais importantes para a análise pelos gestores, como para a participação do debate contextualizado da realidade enfrentada pelos municípios.
Contatos com o apresentador, João Antônio Robalinho Ferraz,  através da Gerência de Avaliação de Programas e Órgãos/TCE: (81) 3181.7872 (Gerência); jrobalinho@tce.pe.gov.br.
TARDE
3.       PGASS e PPI
No período da tarde, sob a coordenação de Lúcia Giesta, secretária de Petrolina e membro da Diretoria do COSEMS, o representante do Ministério da Saúde, senhor Leonardo Berzoíni, Consultor Técnico da Coordenação Geral de Planejamento e Programação das Ações de Saúde – CGPAS/DRAC/SAS, explanou sobre “O processo da PPI na articulação intergestores: avanços, desafios e perspectivas”, com o intuito de esclarecer a relação atual entre a Programação Geral de Ações e Serviços de Saúde – PGASS e a Programação Pactuada Integrada –PPI.
O consultor iniciou ressaltando que o planejamento regional integrado foi uma das mais importantes novidades do Decreto 7.508. A partir da lógica de planejamento regional é introduzida a PGASS, que será o instrumento regional de planejamento e substituirá a PPI e as programações da Vigilância. A PGASS não exclui nenhum instrumento MUNICIPAL hoje existente. Permanecem existindo o Plano Municipal de Saúde Plurianual, a Programação Anual (agora obrigatória), e o Relatório de Gestão, inclusive com maior importância, porque serão instrumento de avaliação do desempenho municipal frente à PGASS.
Em 25 de julho, foram aprovadas na CIT as diretrizes para desenvolvimento da PGASS. Estas diretrizes não são suficientes para a construção da PGASS ainda. A expectativa é que o desdobramento das diretrizes aprovadas e sua operacionalização, incluindo software de apoio, estejam disponíveis  apenas no final de 2013.
Leonardo Berzoíni frisou que, neste intervalo, e até que a PGASS seja construída, a PPI não está extinta. As regras da PPI continuam valendo, e quando as regras da PGASS forem concretizadas será feita uma transição.
A PGASS será regional, baseada na RENASES e promoverá a integração das programações da Assistência, Vigilância e Assistência Farmacêutica. Também será organizada a partir das redes assistenciais – haverá um modelador que ficará pronto em dezembro de 2013 que terá esta lógica. Enquanto isso, os estados de Ceará e Mato Grosso do Sul, que querem assinar logo os COAP, vão anexar ao COAP a PPI ou outra programação similar (caso do Ceará, que não tem PPI), além da PAVS e PDVISA, e da atualização do elenco de medicamentos de acordo com a RENAME.
O consultor explicou o primeiro momento da PPI, de distribuição inicial do “potencial” de teto MAC para os municípios a partir do exemplo de Goiás. Lá, excluíram do valor MAC no estado os valores referentes ao CEO, CAPS e portarias específicas de custeio, o resto foi redistribuído. Essa redistribuição foi per capita e se transformou em direito de acesso a serviço. A partir da redistribuição os municípios realocaram valores entre si, de acordo com a destinação de “cotas” de referência para os municípios executores de serviços.
Após a distribuição do teto, o que valerá tanto para a PPI como para a PGASS, define-se: a programação das áreas estratégicas a partir da Atenção Básica; os agregados de procedimentos na média complexidade ambulatorial; na Alta Complexidade Ambulatorial – (considerando que os serviços são mais pontuais e centralizados em alguns municípios) – a programação é feita por abrangência do serviço; Programação Hospitalar – uma média histórica de internamentos gera um percentual médio que será a “cota” de internações do município. As AIHs são, então, distribuídas pelas clínicas; O valor é calculado pelo valor médio, definido do “teto” hospitalar.
Em relação a este percentual de internações, cada estado trabalhou de um jeito: utilizou o mesmo percentual de cota para todos os municípios ou ajustando. Antes da distribuição por clínicas, reserva-se de 7 a 10% de internações para ajuste do chamado “Estouro da AIH”.
A concentração territorial de procedimentos e a indisponibilidade do município executor de assumir aquela referência, são casos a serem resolvidos em uma repactuação em CIB, pós-fechamento do SISPPI. Antes da assinatura dos Termos de Garantia de Acesso, tem que ter reunião regional para fechar as pendências e, em seguida, a CIB.
Em Pernambuco, a PPI foi aprovada em 2006 e nunca foi revisada. Em 2010, o processo foi retomado como fruto de uma Pactuação entre COSEMS e SES, mediada pelo Ministério da Saúde, com o intuito de promover a adesão dos municípios ao Pacto de Gestão, e concluir a nova PPI até dezembro de 2010. Apesar de terem sido feitas oficinas e debates, o processo não foi concluído.
O trabalho desenvolvido em 2010 foi baseado em dados de produção de 2008 e população de 2009. Além disso, durante a programação foi feita a programação para todas as áreas estratégicas. No entendimento do consultor, Pernambuco deve reiniciar o trabalho do zero, atualizando os dados e discutindo a real necessidade de programar para cada área estratégica. Os municípios têm autonomia para desenvolver esse processo individualmente ou coletivamente, pactuando com o estado e, quando necessário, buscando a contribuição do Ministério da Saúde.
Também foi esclarecido, no debate, que a partir da deliberação do Congresso de Gravatá, o GT da PPI já foi retomado, e que o COSEMS já indicou seus representantes que, junto com os membros da SES, vão discutir a agenda e prioridades para retomada da PPI. O COSEMS espera, em breve, emitir um documento de posicionamento a respeito para aprofundar o debate junto aos municípios.
A apresentação do consultor Leonardo Berzoíni está disponível no COSEMS (Zefinha). Esclarecimentos adicionais podem ser buscados através dos contatos: ppiassistencial@saude.gov.br; (61)3306 - 8475 / 8407.
Jaboatão, 07 de Agosto de 2012.

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