quinta-feira, 2 de agosto de 2012

NOTA TÉCNICA


VIGILÂNCIA SANITÁRIA E COAP
Nos dias 03 e 04 de julho de 2012, na sede da ANVISA – Brasília, foi realizado o 2º Encontro do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS, com o intuito de discutir a Vigilância Sanitária no contexto do Decreto 7508/2011 e a construção dos Contratos Organizativos da Ação Pública - COAP, inserindo o debate da VISA na nova lógica de organização do SUS. No evento, fez-se uma apresentação da legislação citada, ressaltando que alguns instrumentos ainda estão em fase de estruturação, como é o caso da PGASS, a Programação Geral de Ações e Serviços de Saúde, cujas diretrizes devem ser aprovadas na CIT de julho.
Enquanto a CIT pactua as diretrizes de cada componente do COAP, os COAPs em construção estão considerando a agregação de todos os instrumentos atualmente existentes, incluindo Plano Municipal e Estadual (PMS e PES), Relatórios de Gestão (RAG), Programação Anual (PAS), PPI, TCEPs e Declaração de Comando Único. O COAP, que também será desdobrado em Programações Anuais, não substitui o planejamento municipal e estadual, nem o desdobramento deste planejamento nos PAS e RAG. O PDVISA é um conjunto de diretrizes, que não envolvem metas. As metas do PDVISA devem estar na PAS, PMS e demais programações. O debate é o que entra de conteúdo na PAS e o que entra de conteúdo na PGASS. Quem não assinar o COAP vai utilizar a PAVS como está até o final de 2012.
Os estados que já estão avançando com a construção do COAP são: Ceará (22 regiões, deve concluir ainda em julho); São Paulo (começando o debate em 3 regiões); Minas Gerais (está elaborando 75 COAP); Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
Os palestrantes ressaltaram ainda que as regiões serão REFERÊNCIA para as transferências de recursos entre os entes federados e o COAP só poderá ser assinado se TODOS os municípios da região participarem e assinarem o contrato.
            Em relação à VISA neste contexto, a principal preocupação é a discussão da regionalização dos serviços de vigilância sanitária, considerando que os municípios de pequeno porte têm dificuldade de montar equipes. Há a possibilidade de montar apoios regionais da VISA, mantendo um fiscal municipal com poder de polícia. Minas Gerais está construindo uma estrutura desta forma. Santa Catarina está discutindo uma estrutura macro-regional, com equipe multiprofissional de nível superior que dê suporte aos municípios. Na Bahia, discutem-se as competências por porte do município: Foi definido um elenco para cada porte (sede de regional, de macrorregional) ou de grande porte assumiriam um elenco estratégico. Considerando a competência municipal de lavratura do auto de infração e abertura de processo sanitário, o debate conduz para a possibilidade de modelos diferenciados de acordo com cada circunstância e especificidade dos estados. O COAP pode prever a delegação do poder de polícia para outro ente, contudo não pode definir uma responsabilidade da “Região”, porque a Região não existe como ente jurídico. Nada impede que a legislação estadual preveja a atuação de um núcleo técnico regional e ao município cabe a lavratura do auto.
            Outra preocupação é a discussão dos indicadores de avaliação da execução do COAP. A VISA tem 4 indicadores entre os 102 do COAP: 1 entre os universais e 3 entre os específicos, e está sendo debatida a constituição de um sistema de informação para a alimentação destes indicadores. O indicador universal já consta do SISPACTO e é composto por 7 procedimentos já previstos no SIA. Na análise de 2011, considerando os problemas de utilização do SIA, dos 5565 municípios com registro no SIA, 275 municípios realizaram todos os 7 procedimentos (5%), e 1515 não informaram a realização de nenhum dos 7 procedimentos (27%). A principal preocupação dos participantes do evento é que os municípios pequenos não têm estrutura para realizar todos os 7 procedimentos, principalmente a instauração de processo sanitário.
            Na conclusão do evento, a equipe da ANVISA se comprometeu com o desdobramento dos debates e se colocou a disposição para dar apoio às discussões nos estados.
Assessoria Técnica do COSEMS – Julho de 2012.

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