HIV\AIDS: Novo protocolo beneficia crianças e
adolescentes
Documento apresenta avanços ocorridos
nas orientações para o tratamento e acompanhamento das crianças expostas e
infectadas pelo HIV.
O Ministério da
Saúde liberou hoje (23), novo protocolo de tratamento e acompanhamento, que
beneficiará mais de 21 mil crianças com HIV e aids. A principal novidade é a
definição de uma primeira linha de tratamento para recém-nascidos que, a partir
de agora, iniciam o tratamento com AZT (Zidovudina) por quatro semanas. Essa
indicação é aplicada aos filhos de mães soropositivas que foram acompanhadas
desde o pré-natal e que tenham carga viral do HIV abaixo 1.000 cópias no último
trimestre de gravidez. Hoje, estão em tratamento com antirretrovirais,
aproximadamente 10 mil crianças e adolescentes.
Já no caso das
gestantes que não receberam antirretroviral durante a gravidez é recomendado
aos bebês a utilização de AZT por quatro semanas, acompanhado de Nevirapina em
três doses. Antes, a recomendação era de uso do AZT durante seis semanas. A
faixa etária considerada para o protocolo é de recém-nascidos até os 17 anos.
Outra inovação é a
indicação do início do tratamento para crianças acima de um ano, com carga viral
superior a 100 mil cópias (quantidade de HIV que circula no sangue, considerada
alta e que sugere o progresso da doença nas crianças). Também é recomendado o
início de tratamento para todas as crianças com idade superior a cinco anos com
CD4 abaixo de 500.
A contagem de
linfócitos T CD4+ (CD4) indica como está a resposta do sistema imunológico ao
vírus, permitindo ao médico monitorar a saúde de paciente que toma os
antirretrovirais. Antes, o critério considerado era a contagem de CD4 abaixo de
350. A portaria 12/2014 que aprova o novo documento foi publicada nesta
quarta-feira no Diário Oficial da União (DOU).
“Nos últimos anos
tivemos um cenário de mudanças clínicas e epidemiológicas que trouxeram novos
desafios aos profissionais envolvidos no cuidado de crianças e adolescentes com
HIV e aids. Esse novo cenário proporcionou o sucesso na prevenção da
transmissão vertical, principal mecanismo de aquisição do HIV em pediatria,
levando a uma significativa redução dos casos novos, com estabilização nos
últimos anos” explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas
Barbosa. O objetivo do documento é orientar os profissionais de saúde no
cuidado de crianças e adolescentes com aids nesse novo panorama.
APOIO - Além da
definição da primeira linha de tratamento antirretroviral, o novo protocolo
amplia as recomendações sobre diagnóstico, manejo da falha terapêutica, adesão,
revelação diagnóstica, toxicidade, coinfecções, infecções oportunistas e
abordagem aos adolescentes. O documento ficou em consulta pública por um
período de 30 dias.
Desde o final da
década de 1990, o Ministério da Saúde publica recomendações para tratamento de
crianças e adolescentes infectados pelo HIV e aids, baseadas nas evidências
científicas vigentes. Periodicamente, há a atualização com a inclusão das
informações sobre os avanços ocorridos nas orientações para o tratamento e
acompanhamento das crianças expostas e infectadas pelo HIV.
A partir de 2013,
os antigos consensos terapêuticos passam a ser elaborados na forma de
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), publicados em portaria,
após período de 30 dias de consulta pública, em que a sociedade pode inserir as
suas contribuições ao documento.
O texto completo da
proposta do novo protocolo encontra-se disponível no endereço eletrônico: www.saude.gov.br/consultapublica.
A partir de agora, o protocolo deve ser utilizado pelas secretarias estaduais e
municipais de saúde na regulação do acesso assistencial, autorização, registro
e ressarcimento dos procedimentos correspondentes. Os gestores estaduais e
municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão estruturar a rede
assistencial, definir os serviços referenciais e estabelecer fluxos para
atendimento aos indivíduos com a doença em todas as etapas descritas no
protocolo.
Por Luciano Leite e
Nivaldo Coelho, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa – (61) 3315- 6266
Atendimento à imprensa – (61) 3315- 6266
Nenhum comentário:
Postar um comentário